A História de Israel: Da Antiguidade aos Tempos Modernos

A História de Israel é uma jornada fascinante que atravessa milênios, desde a Antiguidade até os tempos modernos. Neste artigo, você vai conhecer os principais fatos e personagens que moldaram a identidade desse povo e desse país.

A História de Israel é uma das mais antigas e complexas do mundo. Ela envolve episódios de fé, guerra, exílio, libertação, conquista, divisão, destruição e renascimento. Para compreender a trajetória desse povo e desse país, é preciso voltar aos tempos bíblicos e acompanhar as mudanças políticas, culturais e religiosas que ocorreram ao longo dos séculos.

Os primórdios de Israel – história de Israel

Segundo a tradição judaica, o povo de Israel descende de Abraão, um patriarca que viveu por volta do século XIX a.C. e que recebeu de Deus a promessa de uma terra e de uma numerosa descendência. Abraão teve dois filhos: Ismael, com sua escrava Agar, e Isaque, com sua esposa Sara. Ismael é considerado o ancestral dos árabes, enquanto Isaque é o ancestral dos israelitas. Isaque teve dois filhos: Esaú e Jacó. 

A família de Jacó migrou para o Egito, onde foi acolhida pelo filho de Jacó, José, que se tornou um alto funcionário do faraó. Porém, com o passar do tempo, os israelitas foram escravizados pelos egípcios e sofreram por quatrocentos anos. Foi então que Deus enviou Moisés, um israelita criado na corte egípcia, para libertar seu povo da opressão. Moisés conduziu os israelitas pelo deserto, atravessou o mar Vermelho e recebeu de Deus os Dez Mandamentos no monte Sinai. 

A conquista e a divisão de Canaã – história de Israel

Os israelitas tiveram que enfrentar os povos que habitavam Canaã, como os cananeus, os filisteus, os amorreus, os hititas, entre outros. Eles se organizaram em tribos, cada uma com sua própria liderança, mas unidas pela fé no Deus único, Javé. Os líderes que se destacaram nessa época foram chamados de juízes, como Débora, Gideão e Sansão. 

Por volta do século XI a.C., os israelitas pediram a Deus um rei, para se igualarem aos outros povos. Deus escolheu Saul, da tribo de Benjamim, para ser o primeiro rei de Israel. Saul teve um reinado marcado por guerras contra os filisteus, mas também por desobediência a Deus. Por isso, Deus ungiu Davi, da tribo de Judá, para ser o sucessor de Saul.

Davi foi um grande guerreiro, poeta e rei, que expandiu o território de Israel e estabeleceu Jerusalém como sua capital. Ele também recebeu de Deus a promessa de que sua dinastia reinaria para sempre.

O filho de Davi, Salomão, foi o terceiro e último rei de todo o Israel. Salomão foi famoso por sua sabedoria, riqueza e construção do Templo de Jerusalém, onde ficava a Arca da Aliança, o símbolo da presença de Deus. No entanto, Salomão se desviou de Deus e permitiu a idolatria em seu reino

Após a morte de Salomão, em 931 a.C., o reino de Israel se dividiu em dois: o reino do norte, chamado de Israel, com capital em Samaria, e o reino do sul, chamado de Judá, com capital em Jerusalém. O reino do norte teve dezenove reis, todos considerados maus aos olhos de Deus, e foi invadido e destruído pelos assírios em 722 a.C.

O reino do sul teve vinte reis, alguns bons e outros maus, e resistiu por mais tempo, até ser conquistado e destruído pelos babilônios em 586 a.C. O Templo de Jerusalém foi arrasado e a maior parte da população foi levada para o exílio na Babilônia.

O retorno do exílio e a dominação estrangeira

Durante o exílio na Babilônia, os israelitas mantiveram sua identidade religiosa e cultural, e esperaram pela restauração de seu reino. Eles foram consolados e animados pelos profetas, como Isaías, Jeremias e Ezequiel, que anunciaram a fidelidade de Deus e a esperança de um Messias, um descendente de Davi que libertaria e governaria o povo de Deus.

Em 539 a.C., o rei persa Ciro conquistou a Babilônia e permitiu que os israelitas voltassem para sua terra. Liderados por Zorobabel, Esdras e Neemias, eles reconstruíram o Templo e as muralhas de Jerusalém, e reafirmaram sua aliança com Deus.

Os israelitas, que passaram a ser chamados de judeus, ficaram sob o domínio dos persas até 333 a.C., quando foram conquistados por Alexandre, o Grande, da Macedônia. Após a morte de Alexandre, seu império foi dividido entre seus generais, e a Palestina ficou sob o controle dos selêucidas, que governavam a Síria.

Os selêucidas tentaram impor a cultura e a religião grega aos judeus, o que gerou uma forte resistência. Em 167 a.C., os judeus se rebelaram contra o rei Antíoco IV Epifânio, que profanou o Templo de Jerusalém e proibiu o judaísmo. A revolta foi liderada por Judas Macabeu e seus irmãos, que conseguiram expulsar os selêucidas e restaurar a independência de Israel. Eles fundaram a dinastia dos asmoneus, que reinou até 63 a.C., quando os romanos invadiram a Palestina.

Os judeus ficaram sob o jugo dos romanos, que nomearam reis e governadores para administrar a região. Um desses reis foi Herodes, o Grande, que governou de 37 a.C. a 4 a.C. e que reconstruiu o Templo de Jerusalém com grande esplendor. Foi nesse período que nasceu Jesus Cristo, em Belém, da tribo de Judá. Jesus foi o Messias prometido por Deus, que veio para salvar o seu povo e o mundo inteiro.

Ele pregou o Reino de Deus, realizou milagres, escolheu doze apóstolos e foi crucificado pelos romanos, sob a acusação de ser rei dos judeus. Porém, ao terceiro dia, ele ressuscitou e apareceu aos seus discípulos, dando início à Igreja.

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A destruição de Jerusalém e a diáspora

Os judeus continuaram a sofrer com a opressão dos romanos, que aumentaram os impostos e a perseguição religiosa. Em 66 d.C., os judeus se revoltaram contra os romanos, iniciando a Primeira Guerra Judaica. Os romanos reagiram com violência e cercaram Jerusalém. Em 70 d.C., o general Tito invadiu e destruiu a cidade e o Templo, cumprindo a profecia de Jesus. Milhares de judeus foram mortos ou escravizados.

Alguns sobreviventes se refugiaram na fortaleza de Massada, no deserto da Judeia, onde resistiram até 73 d.C., quando preferiram o suicídio coletivo à rendição.

A destruição de Jerusalém marcou o início da diáspora, a dispersão dos judeus pelo mundo. Muitos judeus se estabeleceram em outras regiões do Império Romano, como a Ásia Menor, a Grécia, o Egito e a Babilônia. Eles mantiveram sua fé e sua lei, baseadas na Torá, os cinco primeiros livros da Bíblia. Eles também desenvolveram a tradição oral, que interpretava e aplicava a Torá às novas situações.

Essa tradição foi compilada no Talmude, um conjunto de livros que contém a Mishná, a lei oral, e a Guemará, o comentário da lei oral. Os judeus também produziram obras literárias, filosóficas e místicas, como os livros apócrifos, os escritos de Filo de Alexandria e a Cabala.

Os judeus enfrentaram a hostilidade e a discriminação dos romanos, que mudaram o nome da Palestina para Síria Palaestina, em homenagem aos antigos inimigos dos judeus, os filisteus. Em 132 d.C., os judeus se rebelaram novamente contra os romanos, na Segunda Guerra Judaica, liderada por Bar Kochba, que se proclamou o Messias.

A revolta foi esmagada pelo imperador Adriano, que proibiu os judeus de entrar em Jerusalém e construiu um templo pagão no lugar do Templo destruído.

A partir do século IV d.C., o Império Romano se dividiu em dois: o Império Romano do Ocidente, que caiu em 476 d.C., e o Império Romano do Oriente, que ficou conhecido como Império Bizantino.

Os judeus ficaram sob o domínio dos bizantinos, que eram cristãos e que impuseram restrições e perseguições aos judeus. Em 614 d.C., os persas invadiram a Palestina e aliaram-se aos judeus, que esperavam recuperar sua independência. Porém, em 629 d.C., os bizantinos reconquistaram a Palestina e massacraram os judeus.

Em 638 d.C., os árabes muçulmanos conquistaram a Palestina e iniciaram a expansão do Islã pelo mundo. Os judeus foram tolerados pelos muçulmanos, que os consideravam como “povo do livro”, mas tinham que pagar impostos especiais e aceitar a condição de minoria.

Os judeus viveram sob o domínio dos califas, que governavam a partir de Damasco, Bagdá, Cairo e Istambul. Alguns judeus se destacaram na cultura e na ciência islâmica, como Maimônides, um médico, filósofo e rabino que viveu no Egito no século XII.

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Os judeus também viveram na Europa, onde enfrentaram a intolerância e o antissemitismo dos cristãos. Eles foram acusados de matar Jesus, de envenenar poços, de causar a peste negra, de praticar rituais satânicos, entre outras calúnias. Eles foram expulsos de vários países, como a Inglaterra, a França e a Espanha, e foram confinados em guetos, bairros separados e miseráveis.

Eles foram vítimas de massacres, como as Cruzadas, que visavam libertar Jerusalém dos muçulmanos, e a Inquisição, que visava eliminar os judeus convertidos ao cristianismo que mantinham sua fé judaica em segredo. Alguns judeus encontraram refúgio em países mais tolerantes, como a Holanda e a Polônia, onde formaram comunidades prósperas e influentes.

A formação do Estado de Israel

No final do século XIX, surgiu um movimento nacionalista entre os judeus, chamado de sionismo, que defendia a criação de um Estado judeu na Palestina, como forma de garantir a sobrevivência e a dignidade do povo judeu. O sionismo foi inspirado pelas ideias de Theodor Herzl, um jornalista austríaco que escreveu o livro “O Estado Judeu”, em 1896.

Os sionistas realizaram congressos e organizações para promover a imigração judaica para a Palestina, que estava sob o domínio do Império Otomano. Em 1917, durante a Primeira Guerra Mundial, o governo britânico emitiu a Declaração Balfour, que apoiava a criação de um lar nacional para os judeus na Palestina, com o respeito aos direitos dos árabes que lá viviam. Em 1920, a Liga das Nações concedeu aos britânicos o mandato sobre a Palestina, com a missão de implementar a Declaração Balfour.

A imigração judaica para a Palestina aumentou nas décadas seguintes, especialmente após a ascensão do nazismo na Alemanha, que perseguiu e exterminou milhões de judeus na Europa, no que ficou conhecido como o Holocausto. Os judeus que chegavam à Palestina compravam terras, fundavam kibutzim (comunidades agrícolas coletivas), criavam instituições culturais e políticas, e organizavam grupos armados para se defender dos ataques dos árabes, que se opunham à presença judaica em sua terra.

Os britânicos tentaram controlar a situação, limitando a imigração e a compra de terras pelos judeus, mas enfrentaram a resistência tanto dos judeus quanto dos árabes. Em 1947, os britânicos entregaram o problema da Palestina para a recém-criada Organização das Nações Unidas (ONU).

A ONU propôs a partilha da Palestina em dois Estados, um judeu e um árabe, com Jerusalém sob controle internacional. Os judeus aceitaram o plano, mas os árabes o rejeitaram. Em 14 de maio de 1948, os britânicos encerraram seu mandato e os judeus proclamaram a independência do Estado de Israel, com David Ben-Gurion como seu primeiro primeiro-ministro. No dia seguinte, os países árabes vizinhos invadiram Israel, iniciando a Primeira Guerra Árabe-Israelense.

Israel conseguiu resistir e ampliar seu território, mas não obteve o controle de Jerusalém, que ficou dividida entre Israel e a Jordânia. A guerra terminou em 1949, com a assinatura de armistícios entre Israel e os países árabes, mas sem a solução do conflito.

Israel enfrentou outras guerras contra os árabes, como a Guerra de Suez, em 1956, a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e a Guerra do Yom Kippur, em 1973. Nessas guerras, Israel conquistou territórios como a Faixa de Gaza, a Cisjordânia, as Colinas de Golã e a Península do Sinai, mas também aumentou a tensão e a violência na região.

Israel teve que lidar com o terrorismo, a intifada (revolta popular dos palestinos), os mísseis, os sequestros, os atentados e as ameaças de destruição. Israel também buscou a paz, como o acordo de Camp David, em 1978, que devolveu o Sinai ao Egito, e os acordos de Oslo, em 1993, que reconheceram a Autoridade Nacional Palestina. Porém, a paz ainda não foi alcançada, e o conflito continua até os dias de hoje.

Israel é um país pequeno, mas diverso e dinâmico. Ele tem uma população de cerca de 9 milhões de habitantes, dos quais 75% são judeus e 21% são árabes. Os judeus israelenses são de origens variadas, como os asquenazes, que vieram da Europa, os sefarditas, que vieram da Espanha e do Oriente Médio, os mizrahim, que vieram da África e da Ásia, e os etíopes, que vieram da Etiópia.

Israel tem uma democracia parlamentar, com um presidente, um primeiro-ministro e um parlamento, chamado de Knesset. Israel tem uma economia desenvolvida, baseada na agricultura, na indústria, no comércio e na tecnologia. Israel tem uma cultura rica e vibrante, que expressa a identidade e a criatividade do povo judeu.

Israel tem uma religião predominante, o judaísmo, que influencia a vida e os costumes dos israelenses, mas também respeita a liberdade de culto de outras religiões, como o cristianismo e o islamismo. Israel tem uma história milenar, que revela a perseverança e a esperança de um povo que nunca desistiu de sua terra e de seu Deus.

E aí, está gostando de ler a história de Israel?

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