Quem foi Salomão na Bíblia: a história de Salomão, o rei sábio

Salomão foi um dos reis mais famosos de Israel, filho de Davi e Bate-Seba. Ele governou o povo de Deus por cerca de 40 anos, entre 970 e 931 a.C. A história de Salomão é conhecido por sua grande sabedoria, riqueza e poder, mas também por sua infidelidade e idolatria no final da sua vida. Ele foi o responsável por construir o primeiro templo em Jerusalém, dedicado ao Senhor.

A ascensão de Salomão ao trono

Salomão nasceu em Jerusalém, depois que Davi se arrependeu do seu adultério com Bate-Seba e da morte de Urias, o heteu. O primeiro filho que eles tiveram morreu como castigo pelo pecado de Davi, mas depois Deus lhes deu outro filho, a quem chamou de Salomão, que significa “paz”. Deus também enviou o profeta Natã para dizer que o nome do menino seria Jedidias, que significa “amado do Senhor” (2 Samuel 12:24-25).

Quando Davi estava velho e fraco, seu filho mais velho, Adonias, tentou se proclamar rei sem a sua permissão. Ele contou com o apoio de Joabe, o comandante do exército, e do sacerdote Abiatar. Porém, Bate-Seba e Natã alertaram Davi sobre a conspiração e lembraram-no da promessa que ele havia feito de que Salomão seria o seu sucessor. Davi então ordenou que Zadoque, o sacerdote, e Benaia, o chefe da guarda real, ungissem Salomão como rei sobre Israel. Assim, Salomão foi aclamado pelo povo e Adonias teve que se submeter a ele (1 Reis 1).

Davi ainda deu alguns conselhos a Salomão antes de morrer. Ele o instruiu a guardar os mandamentos de Deus e a eliminar os seus inimigos que haviam derramado sangue inocente. Salomão cumpriu as orientações do seu pai e consolidou o seu reinado, executando Adonias, Joabe e Simei, que haviam se rebelado contra Davi. Ele também destituiu Abiatar do sacerdócio e nomeou seus amigos para os principais cargos civis, militares e religiosos (1 Reis 2).

A sabedoria de Salomão

Salomão amava ao Senhor e seguia os ensinamentos de Davi. Ele ofereceu mil holocaustos em Gibeão, onde estava o tabernáculo. Nessa ocasião, Deus apareceu a ele em sonho e lhe disse para pedir o que quisesse. Salomão pediu sabedoria para governar o povo de Deus com justiça e discernimento. Deus ficou satisfeito com o pedido de Salomão e lhe concedeu não só sabedoria, mas também riqueza, honra e longevidade, desde que ele obedecesse aos seus mandamentos (1 Reis 3:1-15).

A sabedoria de Salomão ficou evidente logo no início do seu reinado, quando ele julgou o caso de duas prostitutas que disputavam a maternidade de um bebê vivo. Salomão propôs cortar a criança ao meio e dar uma parte para cada mulher, mas percebeu qual era a verdadeira mãe quando ela se dispôs a abrir mão do filho para salvá-lo. Assim, ele entregou o bebê à sua mãe legítima e todo o Israel reconheceu a sabedoria do rei (1 Reis 3:16-28).

Salomão também se destacou por sua erudição e cultura. Ele compôs três mil provérbios e mil e cinco cânticos. Ele também tinha conhecimento sobre vários assuntos, como botânica, zoologia e astronomia. Ele ensinava a muitas pessoas que vinham de todas as partes para ouvir a sua sabedoria, inclusive reis e rainhas de outras nações (1 Reis 4:29-34).

A riqueza de Salomão

Salomão herdou um reino próspero e pacífico de seu pai Davi. Ele ampliou as suas fronteiras e fortaleceu as suas alianças com outros povos. Ele fez um tratado com Hirão, rei de Tiro, que lhe forneceu madeira de cedro e de cipreste, além de operários qualificados, para as suas construções. Ele também se casou com a filha do faraó do Egito, que lhe deu várias cidades como dote (1 Reis 3:1; 9:16).

Salomão organizou a administração do seu reino em doze distritos, cada um governado por um oficial que tinha que prover o sustento do rei e da sua corte por um mês no ano. Ele também tinha um grande exército, com mil e quatrocentos carros de guerra e doze mil cavaleiros. Ele cobrava impostos e tributos dos povos vizinhos e controlava o comércio na região (1 Reis 4:1-28).

Salomão construiu muitas obras em seu reinado, mas a mais importante foi o templo em Jerusalém, que ele dedicou ao Senhor. Ele levou sete anos para edificar o templo, usando materiais nobres e mão de obra especializada. O templo era magnífico e glorioso, adornado com ouro, prata, bronze, pedras preciosas e entalhes.

Salomão trouxe a arca da aliança para o templo e orou ao Senhor, pedindo que ele abençoasse o seu povo e ouvisse as suas orações. Deus respondeu a Salomão com fogo do céu, que consumiu os sacrifícios, e com a sua glória, que encheu o templo. Deus também apareceu novamente a Salomão e confirmou a sua aliança com ele, mas também o advertiu sobre as consequências da desobediência (1 Reis 5-9).

Salomão também construiu o seu próprio palácio em Jerusalém, que levou treze anos para ser concluído. Ele também edificou outras obras, como o palácio da filha do faraó, a casa do Líbano, o pórtico das colunas, o salão do trono e o tribunal. Ele também fez uma frota de navios em Eziom-Geber, junto com Hirão, e enviou expedições comerciais para Ofir e Társis, de onde trazia ouro, prata, marfim, macacos e pavões (1 Reis 7; 9:26-28; 10:22).

A fama de Salomão se espalhou por toda a terra. Muitos reis e rainhas vinham visitá-lo para ver a sua sabedoria e a sua riqueza. A mais famosa foi a rainha de Sabá, que veio do sul da Arábia para testar Salomão com perguntas difíceis. Ela ficou impressionada com as respostas de Salomão e com tudo o que viu em seu reino. Ela elogiou o rei e o seu Deus e lhe deu presentes valiosos, como ouro, especiarias e pedras preciosas. Salomão também lhe deu tudo o que ela desejou e a despediu (1 Reis 10:1-13).

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A queda de Salomão

Apesar de toda a sua sabedoria e glória, Salomão não foi fiel ao Senhor até o fim da sua vida. Ele se deixou levar pela luxúria e pela política e se casou com muitas mulheres estrangeiras, que adoravam outros deuses. Ele teve setecentas esposas e trezentas concubinas, que lhe desviaram o coração para seguir os ídolos dos seus povos. Ele construiu altares para Baal, Astarote, Quemós e Moloque, e ofereceu sacrifícios nesses lugares (1 Reis 11:1-8).

Deus ficou irado com Salomão e disse que ele rasgaria o reino das suas mãos e daria dez tribos a um dos seus servos. Porém, por amor a Davi, Deus não faria isso durante o reinado de Salomão, mas no de seu filho. Deus também disse que deixaria uma tribo para a casa de Davi, por causa da sua promessa e por causa de Jerusalém (1 Reis 11:9-13).

Deus levantou alguns adversários contra Salomão, que lhe causaram problemas em seu reinado. Eles foram:

• Hadade, o edomita, que escapou da matança que Joabe fez em Edom, quando Davi era rei. Ele se refugiou no Egito e depois voltou para a sua terra, onde se tornou um inimigo de Israel (1 Reis 11:14-22).
• Rezom, filho de Eliada, que fugiu do seu senhor Hadadezer, rei de Zobá. Ele reuniu um bando de homens e se tornou rei de Damasco, onde hostilizou Israel (1 Reis 11:23-25).
• Jeroboão, filho de Nebate, um dos oficiais de Salomão, que era encarregado da obra dos filhos de José. Ele se rebelou contra o rei, depois que o profeta Aías lhe rasgou o manto em doze pedaços e lhe deu dez, dizendo que Deus lhe daria dez tribos de Israel, por causa da infidelidade de Salomão. Salomão tentou matar Jeroboão, mas ele fugiu para o Egito, onde ficou até a morte de Salomão (1 Reis 11:26-40).

Salomão morreu depois de reinar quarenta anos sobre Israel. Ele foi sepultado na cidade de Davi, seu pai. O seu filho Roboão o sucedeu no trono (1 Reis 11:41-43).

Qual é a mensagem principal da história de Salomão?

A mensagem principal da história de Salomão é que a sabedoria, a riqueza e o poder são dons de Deus, mas também são responsabilidades que exigem fidelidade e obediência ao Senhor.

Salomão foi abençoado por Deus por causa do seu pedido de sabedoria, mas também foi castigado por Deus por causa da sua idolatria.

A história de Salomão nos ensina que devemos buscar a Deus acima de todas as coisas e não nos deixar seduzir pelos prazeres e pelas influências deste mundo.

A conclusão que podemos tirar da história de Salomão é que devemos buscar a Deus em primeiro lugar e pedir a ele sabedoria para viver de acordo com a sua vontade. Salomão foi um rei que recebeu muitas bênçãos de Deus, mas também cometeu muitos erros que lhe custaram caro.

Ele nos mostra que a sabedoria humana é limitada e insuficiente, e que só a sabedoria divina pode nos guiar no caminho da verdade e da vida. Salomão também nos alerta sobre os perigos da idolatria, da luxúria e da soberba, que podem nos afastar de Deus e nos levar à ruína.

A história de Salomão é uma lição para todos nós, que devemos temer a Deus e guardar os seus mandamentos, pois esse é o dever de todo homem (Eclesiastes 12:13).